PARTICIPAÇÃO DO CEE-PE NA INAUGURAÇÃO DO MEMORIAL PAULO FREIRE

FOTO: ALEPE

A conselheira presidente da Câmara de Educação Superior do Conselho Estadual de Educação de Pernambuco (CEE-PE), Maria Iêda Nogueira, representou o Conselho na cerimônia de inauguração de um memorial em homenagem ao educador Paulo Freire, realizada na Assembleia Legislativa de Pernambuco – Alepe, na tarde do dia 20 de setembro, como parte da programação das comemorações do Ano Educador Paulo Freire, na Alepe. A placa comemorativa, instalada na Biblioteca da Casa, teve inspiração na estátua criada pelo artista plástico Abelardo da Hora em reverência ao Patrono da Educação Brasileira. 

Paulo Freire nasceu no Recife, em 19 de setembro de 1921, onde concluiu os primeiros estudos, graduou-se em Direito e iniciou a carreira como professor. Ele desenvolveu um método de alfabetização de adultos considerado revolucionário, no qual o processo de aprendizagem avança a partir de palavras utilizadas no cotidiano dos homens e mulheres que desejam aprender a ler e escrever. Na década de 60 do século passado, a prática foi utilizada para embasar o Plano Nacional de Alfabetização. 

Em 1964, com o início da Ditadura Militar, o Plano foi cancelado. Paulo Freire foi preso e, depois, tornou-se exilado político, só retornando ao País em 1980. Morreu aos 76 anos, em São Paulo. O pernambucano recebeu da Presidência da República o título de Patrono da Educação Brasileira em 2012. Tem 40 livros publicados e é uma das referências mais citadas em trabalhos acadêmicos sobre humanidades no mundo.

A conselheira Maria Iêda Nogueira salientou que o Método Paulo Freire é “libertário e subversivo”. “Nossa maior dificuldade, no Brasil, é a desigualdade social e política. Por isso, alfabetizar em um País autoritário e escravagista é subversivo, e é esse dia a dia que o pensamento freireano pode iluminar”, acrescentou.

De acordo com a deputada Teresa Leitão (PT), que preside a comissão organizadora das celebrações, o legado do pedagogo vai muito além da educação formal realizada “dentro dos muros da escola”. “A placa traz esse ilustre educador para a memória afetiva da Casa de Todos os Pernambucanos”, afirmou. “O ‘esperançar’, como ele dizia, vai responder a este momento de desalento e de tantas dificuldades que o Brasil está vivendo.”

Para a diretora pedagógica do Centro Paulo Freire, Maria Aparecida Melo, os jovens precisam entrar em contato com os ensinamentos freireanos. “O legado dele permanece e fará com que as pessoas despertem consciente e criticamente para a realidade política da conjuntura atual. Não podemos naturalizar a quantidade de mortes que temos no Brasil”, acredita.

Foto: ALEPE

Marta Alencastro – 06/10/2021 às 11h20.